Com a chegada do Open Banking, o sonho de passar a ofertar produtos bancários (se tornar um “banqueiro”) passa a ser acessível para diversos segmentos de mercado.
Desde supermercados, lojas de departamento, Agentes Autônomos de Investimento (AAIs), consultores, distribuidores etc, todos passam a poder distribuir produtos e serviços bancários.
Basta ter uma Plataforma (ou construir uma), dadas as inúmeras APIs que tem homologadas no mercado financeiro. Diversas empresas de tecnologia estão se especializando na distribuição destas APIs que os bancos e demais agentes financeiros oferecem atualmente.
“Banqueiro” As a Service
Mas além das APIs o que mais é necessário para distribuir produtos bancários?
Conhecimento e metodologia de processamento destas operações, relacionamento com clientes potenciais e gente capacitada para operar tudo isso e fazer a gestão do negócio. E naturalmente, recursos para investir em toda essa infraestrutura.
Mas por incrível que pareça, dinheiro atualmente, não é o problema. Todos os bons projetos, bem estruturados e escaláveis, minimamente já implantados, contam com o bolso de investidores, fundos, etc ávidos para entrar neste mercado. Afinal, com a taxa de juros (mesmo com os aumentos recentes) em patamares pouco atrativos na renda fixa, faz com que os investidores tenham de buscar alternativas mais rentáveis, mesmo com maior risco. Prova disso, são os anúncios diários em blogs, newsletters especializados em Fintechs de aportes milionários em startups do setor financeiro, que da noite para o dia se tornam unicórnios.
Na prática, a teoria é outra
E é aí que a porca torce o rabo. Não basta ter tudo isso (Infraestrutura de TI, dinheiro jorrando de investidores etc), passar a se chamar de Fintech e fazer muitas operações para ganhar dinheiro como os banqueiros.
Existe uma brincadeira que diz que dizer é fácil, fazer é que é o difícil. Ou ainda na prática, a teoria é outra.
Para produtos e serviços bancários como abrir conta digital, disponibilizar meios de pagamento e até mesmo operações de câmbio, não existe grande dificuldade para passar a ofertar isso aos clientes.
O problema passa a ser como agregar valor aos clientes (indo além de ofertar a conta digital ou meios de pagto), mas sim, inserir estes novos serviços em uma proposta de valor mais completa ao seu cliente. Se auto-proclamar uma Fintech e usar APIs de produtos financeiros, não tornará a sua empresa um banco e nem você um banqueiro.
É preciso ir além da tecnologia (APIs) e vultosos recursos financeiros disponíveis. É preciso saber antes como inserir este novo serviço na estratégia de longo prazo e no seu posicionamento para seus clientes. Tem de saber se fará sentido para seu cliente contratar estes novos serviços direto na sua plataforma ou continuar consumindo seu produto ou serviço e usar outros meios de pagamentos de bancos ou Fintechs mais eficientes e cujo corebusiness é este.
Em resumo, estes novos serviços (financeiros) devem fazer sentido na sua estratégia de longo prazo e agregar valor ao seu cliente, reforçando o posicionamento da sua empresa junto a este público.
Não é por que é barato e fácil de implantar, que pode ser bom para seu cliente ou seu negócio no longo prazo.
Pense nisso!!!
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